Semagro reúne técnicos de 16 instituições para discutir aparecimento de cigarrinha do milho

A Semagro reuniu na quinta-feira (10), técnicos de 16 diferentes instituições do Mato Grosso do Sul envolvidos com a produção de milho para colocar em pauta o início do aparecimento da doença do enfezamento do milho, causada pela cigarrinha. O encontro foi idealizado pelo secretário Jaime Verruck, que deu abertura aos trabalhos falando da preocupação do Governo do Estado com os relatos recebidos.

 

O superintendente da Semagro Rogério Beretta, que mediou a reunião virtual, explicou que a discussão está acontecendo antes que isso se torne um problema maior, já que sua incidência pode acarretar prejuízos econômicos para os produtores rurais. “Discutimos mecanismos de conscientização dos produtores, capacitação dos técnicos para identificação da doença e para o controle da doença buscando na pesquisa métodos de controle biológico e químico e a identificação de variedades resistentes a doença”., explicou.

 

Durante a reunião, a Aprosoja apresentou um projeto inicial e resultado do encontro ficou acertado com o grupo, a Associação irá capitanear as contribuições dos participantes para agregar ao projeto apresentado e preparar um conjunto de medidas a serem tomadas pelo Governo e instituições de forma preventiva.

 

Reunião virtual

Cigarrinha do milho

Considerada uma das mais sérias pragas de milho da América Latina, a cigarrinha (Dalbulus maidis) além de acarretar perdas na produtividade tem potencial para, através da transmissão de patógenos como viroses e enfezamentos, causar problemas indiretamente. O crescente aumento de casos pode ser explicado, em parte, pela presença de tigueras de milho, nas lavouras de soja.

 

Mato Grosso do Sul tem um ambiente favorável à multiplicação da praga, pois no Estado prevalece sistema de produção em que se cultivam poucas culturas na grande maioria das áreas, muitas vezes sem a rotação e sucessão necessárias à maior diversidade de inimigos naturais. Desta forma, o cultivo sucessivo destas culturas faz com que muitas pragas se adaptem ao sistema. Aliado a isto outros fatores como condições climáticas favoráveis, altas temperaturas e inverno ameno tornam-se ideais para sua multiplicação. A cigarrinha do milho apresenta ocorrência nas diversas fases da cultura. No entanto, pode ser considerada como uma praga inicial.

 

Este hemíptero, quando na fase adulta, mede de 3mm a 4,5mm de comprimento, sendo de coloração amarelo-palha. É frequentemente encontrado no cartucho do milho. O ovo, amarelado, apresenta um período embrionário em torno de nove dias, sendo colocado dentro dos tecidos das plantas, preferencialmente na nervura central da folha. As ninfas passam por cinco instares, por um período médio de 17 dias -20 dias. O ciclo completo varia de 23 dias a 40 dias.

 

De modo geral a região Centro-oeste do Brasil apresenta uma grande diversidade de ambientes onde se observa áreas com cultivos de verão e 2ª safra (“safrinha”), áreas somente com o cultivo de verão, e áreas com até 2,5 safras (áreas irrigadas onde o produtor, em função do mercado, faz a escolha do período a semear a cultura do milho, diante da condição econômica).

 

Os prejuízos de modo geral levam a perdas médias em algumas regiões na ordem de 10% a 30% de produtividade. No entanto, pode se chegar a 100% de prejuízos com ataque das viroses e enfezamentos.

 

Vários estudos mostram que a planta, ao adquirir a doença na fase inicial, tende a mostrar maiores prejuízos, levando até mesmo a não produzir a espiga. Já foi observado em alguns casos no Brasil que, com este menor desenvolvimento as plantas tendem a cair em função do vento, levando a prejuízos por ocasião da colheita e a dificuldades para a operação mecanizada.

 

Além dos danos diretos e indiretos desta praga, vale salientar que ao promover menor desenvolvimento das plantas, o inseto pode provocar alterações no manejo da cultura, pois espaços com plantas menores favorecem a emergência de daninhas, que além de serem competidoras por recursos diminuem a produtividade e afetam também a qualidade dos grãos produzidos.

 

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