Produtor rural deve se programar para o inverno, alerta assistência técnica do Senar/MS

 

Durante o verão, a agricultura passou por problemas com a nova onda de calor, a irregularidade das chuvas e o ataque das lagartas das pastagens. Mas, na pecuária existe um fator restritivo para os bovinos durante o ano, o outono. Esse período de transição que antecede a seca, exige uma atenção das propriedades rurais, pois as pastagens apresentam características distintas na transição do período chuvoso e das secas.

 

De acordo com o coordenador da ATeG em bovinocultura de corte, Fabiano Pessatti, é fácil observar com a diminuição das chuvas e a aproximação do inverno, a mudança gradativa nas pastagens. “A produtividade dos pastos diminui, as folhas começam a amarelar e a secar, em determinados casos, observa-se a presença de sementes nas pastagens”, explica.

 

Diante dessa situação, a Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS (ATeG) listou estratégias viáveis para estiagem que é recorrente nessa época do ano. O uso de suplementação mineral adequada para cada categoria de animal, a suplementação proteica e proteico energético, a terminação intensiva a pasto, a recria intensiva a pasto, o planejamento forrageiro como métodos de conservação de volumosos e até a opção dos serviços de engorda terceirizada em boitel, são as mais recomendadas para manter a saúde econômica e a rentabilidade da propriedade de gado de corte nessa época desafiadora para o produtor.

 

Técnicas como a Recria Intensiva a Pasto (RIP) e a Terminação Intensiva a Pasto (TIP), são estratégias que buscam maximizar o ganho de peso dos bovinos durante a época de seca. Ambas consistem em concentrar os animais em áreas reduzidas de pasto, onde recebem suplementação alimentar adequada para suprir as deficiências nutricionais.

 

Além disso, tecnologias como o diferimento de pastagem, produção de silagem, feno e feno pré-secado podem ajudar a conter os problemas causados pela seca. “Por essa razão é necessário um planejamento forrageiro e nutricional adequado a realidade de cada propriedade, para evitar sofrimento com a redução da produtividade e o aumento no tempo de permanência dos animais na fazenda, fazendo com que o produtor gaste além do planejado”, finaliza, Pessatti.

 

Fonte: Famasul

Estoque de Cédulas de Produto Rural totalizou em fevereiro cerca de 314 bilhões

 

O estoques dos principais títulos privados do agro, bem como o patrimônio líquido dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) continuaram apresentando desempenho bastante positivo em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

Boletim de Finanças Privadas do Agro

Com relação à Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), considerando apenas o ano de 2024, os estoques se mantiveram próximos à estabilidade em fevereiro, em comparação com janeiro. Tal comportamento pode estar associado aos efeitos da Resolução CMN 5.119/2024, que restringiu os tipos de lastros permitidos para a LCA, bem como aumentou o prazo mínimo de duração do título de 90 dias para nove meses.

 

No caso das Cédulas de Produto Rural (CPR), os registros acumulados do título na atual safra 2023/24, de julho a fevereiro, totalizaram R$ 159,04 bilhões e apresentaram reação ante o mesmo período do ano passado, com alta de 3%.

 

Em relação ao Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), considerando somente 2024, houve elevação nos estoques de fevereiro ante janeiro, com 3,9% de aumento. Muito embora também tenham ocorrido medidas mais restritivas, em relação aos lastros para a emissão deste papel, a partir da Resolução CMN 5.118/2024, as emissões do título continuaram crescentes até fevereiro.

 

No tocante aos Fiagro, o número de fundos em fevereiro de 2024 se manteve o mesmo em relação ao do mês anterior. No caso do Patrimônio dos fundos, houve oscilação de -1,3%, no mesmo período. De toda forma, o patrimônio líquido atual é mais de três vezes superior ao do mesmo período do ano passado.

 

Boletim é produzido pelo Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, da Secretaria de Política Agrícola.

Progenel promove 17° shopping de reprodutores na Expogrande; serão 18 machos da raça nelore

 

Campo Grande vai receber o 17º Shopping de Reprodutores Progenel durante a Expogrande 2024 entre os dias 4 e 14 de abril. Cerca de 18 touros da raça nelore, melhorados geneticamente estão na lista de bovinos apresentados durante a feira. Os pavilhões do Parque de Exposições Laucídio Coelho começaram a receber animais de diversas raças, incluindo a nelore nesta segunda-feira, 1. Os valores giram em torno de R$ 15 a R$ 20 mil por cabeça.

 

De acordo com o médico veterinário, Armando Pereira, responsável pelos animais, a evolução genética do rebanho se faz com o uso constante de tecnologia.

 

“Quando o projeto iniciou, começamos a desenvolvê-lo por uma central de inseminação junto à Sersia Brasil e o Instituto de Zootecnia. O intuito era fazer com que os animais se adaptassem melhor ao território e clima de Mato Grosso do Sul, principalmente em áreas como o pantanal. Com o avanço tecnológico, conseguimos uma melhor conversão alimentar e touros com maior com capacidade de conversão nos sistemas mais rústicos”, pontua.

 

Os touros selecionados neste sistema se desenvolvem mais rápido e também posssibilitam o nascimento de bezerros precoces. Dentro dos critérios adotados para selecionar os animais estão: avaliação de carcaça, umbigo, musculatura e precocidade.

 

Dados da ACNB (Associação do Criadores de Nelore no Brasil), mostram que a raça nelore representa mais de 80% do rebanho de corte do país com grande parte dos animais advindos de melhoramento genético. Diante do crescimento exponencial de mercado, houve necessidade de investimentos no setor.

 

A identificação de indivíduos geneticamente superiores e o seu acasalamento na formação da próxima geração são fatores determinantes do progresso genético nos programas de seleção. Em bovinos de leite, o teste de progênie é o principal método para identificar touros geneticamente superiores. Os melhores são selecionados como touros provados.

Trimestre é o melhor da série histórica em abertura de mercados para o agro, diz ministério

 

Superando recordes anteriormente registrados, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) encerra o mês como o melhor março dos últimos anos. Com o resultado alcançado, o primeiro trimestre de 2024 se torna o mais bem-sucedido da série histórica em termos de aberturas de novos mercados para o agronegócio brasileiro.

 

Os números mensais foram: março com 10 novos mercados em sete países; fevereiro com sete mercados em seis países; e janeiro com nove mercados em cinco países.
Em relação aos números do trimestre, apenas em 2021 se chegou perto do alcançado neste ano, quando foram totalizados 20 mercados em 9 países.

 

Desde o início do ano, somam-se 26 novos mercados abertos em 18 países, alcançando um total de 104 desde o começo de 2023, período em que iniciou o terceiro mandato do presidente Lula e a gestão do ministro Carlos Fávaro no Mapa.

 

As aberturas de 2024 já contemplam todos os continentes: África – África do Sul, Botsuana, Egito, Omã e Zâmbia; Ásia – Arábia Saudita, Filipinas, Índia, Paquistão e Singapura; Europa – Grã-Bretanha e Rússia; Oceania – Austrália; e Américas – Canadá, Costa Rica, El Salvador, Estados Unidos e México.

 

“Mas não queremos parar aí. Seguiremos dialogando com os países para ampliarmos cada vez mais as exportações dos produtos brasileiros”, relata o ministro Fávaro.

 

Os registros das aberturas não contemplam apenas a venda de produtos tradicionais dos quais o Brasil já é um grande exportador, como carnes e complexo soja, mas de diversos produtos agropecuários, como pescados; sementes; gelatina e colágeno; ovos; produtos de reciclagem animal; açaí em pó; café verde; e embriões e sêmens.

 

“Abrir um mercado é mais do que simplesmente desbloquear uma nova oportunidade para o agricultor; é abrir uma porta ampla para possibilidades ilimitadas. Estou profundamente convicto de que, através da nossa colaboração e dedicação conjunta, asseguraremos que nossos produtores não apenas se aproximem dessa porta, mas a atravessem com sucesso, expandindo seus horizontes e alcançando novos patamares de sucesso, gerando mais empregos e renda”, destaca Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

 

> Confira os novos mercados abertos no trimestre em ordem alfabética:

– Açaí em pó (Índia)

– Alevinos de Tilápia (Filipinas)

– Asnos (México)

– Bovinos vivos (Omã)

– Bovinos vivos (Paquistão)

– Café verde (Zâmbia)

– Carne de Aves (El Salvador)

– Carnes e produtos cárneos de ovinos (Singapura)

– Carnes, produtos cárneos e miúdos de caprinos (Egito)

– Carnes, produtos cárneos e miúdos de ovinos (Egito)

– Células-tronco mesenquimais de equinos, cães e gatos (Costa Rica)

– Embrião bovino (Botsuana)

– Embriões in vivo e in vitro de bovinos (Paquistão)

– Extrato de carne bovina (Singapura)

– Gelatina e colágeno de origem bovina e suína (El Salvador)

– Gelatina e colágeno de origem equina, caprina e ovina (Estados Unidos)

– Gelatina e colágeno de origem suína (Canadá)

– Gelatina e colágeno de origem suína (Grã-Bretanha)

– Ovos (El Salvador)

– Ovos e produtos de ovos (Rússia)

– Pescados (Austrália)

– Pescados de Cultivo e Derivados (África do Sul)

– Produtos de reciclagem animal (Filipinas)

– Sémen bovino (Botsuana)

– Sémen bovino (Paquistão)

– Sementes (Arábia Saudita)

Lançado o aplicativo Senar Play para levar conhecimento aos produtores rurais

 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural lançou, na quarta (27), o aplicativo “Senar Play”, disponível gratuitamente nas lojas virtuais, para levar aos produtores rurais uma série de soluções educacionais como cursos EaD, vídeos, cartilhas, tour virtual e podcasts.

 

 

O anúncio foi feio pelo diretor-geral do Senar, Daniel Carrara (E), que destacou a importância da difusão de conhecimento e de informação no meio rural de uma forma descomplicada, acessível, e com cada vez mais inovação e tecnologia.

 

“Já somos referência em formação para o trabalho, na formação profissional, no ensino formal, na educação a distância, na assistência técnica, nas ações de promoção social, e agora nosso grande desafio é estar na vanguarda da tecnologia. O lançamento desse aplicativo faz parte desse movimento de inovação”, afirmou Carrara.

 

Segundo o diretor-geral, é preciso levar, cada vez mais, “conhecimento e educação profissional em todos os formatos e em todas as mídias ao produtor rural, aos seus trabalhadores, aos funcionários e a sua família”.

 

A íntegra da entrevista do diretor-geral do Senar pode ser conferida abaixo:

 

 

Aplicativo 

 

 O Senar Play tem uma navegação intuitiva e pode ser acessado de forma rápida e fácil em aparelhos celulares com os sistemas operacionais IOS Android . No aplicativo será possível acessar muitos conteúdos, como por exemplo, cartilhas do Senar sobre os mais diversos assuntos do campo.

 

Além de um conteúdo específico para os produtores, a plataforma permite que os usuários definam o ritmo de aprendizagem de acordo com suas necessidades.

 

Para conhecer mais sobre o Senar Play e baixar os aplicativos acesse aqui .

Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja discute medidas para crise no agronegócio

 

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul, Jorge Michelc, participou da 60ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, na terça-feira, 25, na sede do Ministério da Agricultura e pecuária (Mapa), em Brasília.

 

A Câmara que é presidida pelo vice-presidente da Aprosoja/MS, Andre Dobashi, tratou da conjuntura do setor produtivo, medidas de contenção da crise financeira provocada pela quebra de safra e queda nas cotações, seguro rural, política de garantia e qualidade da soja, legislação de classificação da soja, defensivos agrícolas e referencial fotográfico da cultura.

 

Michelc destacou que a participação de entidades de representação de classe é fundamental para levar as demandas regionais até a Câmara Setorial. “Em nosso estado, a colheita ainda está em andamento, contudo, os técnicos de campo da Aprosoja/MS já têm reportado regiões com perdas significativas nesta safra. Então, assim como os demais estados, principalmente os da região centro-oeste, nós estamos empenhados em buscar soluções junto aos órgãos competentes para auxiliar o produtor rural nessa crise que deve impactar neste ciclo, bem como as safras subsequentes”, disse Michelc.

 

Entre os principais pontos da reunião, Dobashi salientou que muitas pautas debatidas já estão sendo tratadas pelo Ministério, evidenciando a efetividade no atendimento das demandas do setor, por meio da Câmara. “Neste momento, já não estamos mais olhando para a quebra de safra em função do clima, mas sim, para os danos financeiros provocados por este cenário. Isso gera uma incapacidade financeira ao produtor rural, não só pela redução da produção, mas também pelos baixos preços das commodities e altos custos de produção. E de acordo com o que o Mapa tem sinalizado, acreditamos que até meados de abril já tenhamos medidas apresentadas para minimizar os prejuízos a curto e a médio prazo”, disse Dobashi.

 

Outro tema que ganhou ênfase foi a restrição do uso de tiametoxam, determinada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), em fevereiro deste ano. O princípio ativo é utilizado na formulação de defensivos agrícolas controladores de insetos-praga de diversas culturas comerciais, entre elas, a soja e o milho. Na oportunidade, os representantes cobraram um posicionamento urgente do Mapa a respeito do tema.

 

Participaram da reunião o assessor especial do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Augustin; representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA); das Federações de Agricultura e Pecuária, das Aprosojas; da Embrapa e da indústria.

 

A próxima reunião ficou marcada para o dia 30 de abril.

 

Aprosoja MS

Chuvas irregulares e altas temperaturas impactam cultivos em algumas regiões

 

Nas primeiras semanas de março, os cultivos de primeira e de segunda safra foram beneficiados pelas condições climáticas na maioria das regiões produtoras. Já a irregularidade e escassez de precipitações em partes das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul têm restringido o desenvolvimento das lavouras de segunda safra. A umidade do solo se manteve estável em Mato Grosso, Goiás, Matopiba e em partes dos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Isso favoreceu as fases finais e as operações de colheita dos cultivos de primeira safra, bem como a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra. A análise está no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado nesta quinta-feira (28) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estudo apresenta a análise das condições agroclimáticas e de imagens de satélite dos cultivos de verão da safra 2023/2024.

 

Volumes de chuva reduzidos, associados às altas temperaturas, têm provocado restrição hídrica em cultivos de segunda safra em algumas áreas de Mato Grosso do Sul, do Oeste e Norte do Paraná, em partes de São Paulo, Norte de Minas Gerais, Centro-Sul e Centro-Norte da Bahia. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, tempestades com ventos fortes e granizos causaram danos pontuais às lavouras.

 

O comportamento do Índice de Vegetação (IV) expressa o bom desempenho da primeira safra nas regiões Sul e do Matopiba. Nas demais regiões, o índice próximo e abaixo das safras anteriores reflete o desempenho inferior, causado principalmente pela restrição hídrica ou excesso de chuvas no início da safra.

 

Destaca-se a ascensão do Índice dos cultivos de segunda safra, adiantado em comparação às safras anteriores na maioria das regiões.

 

Publicado mensalmente, o BMA é resultado da colaboração entre a Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam), além de agentes colaboradores que contribuem com dados pesquisados em campo. O Boletim está disponível na íntegra no site da Conab. Clique aqui para acessar.

Fazenda no Paraná realiza primeira colheita de cevada em sistema de integração com floresta

 

A Fazenda Pousada dos Gaúchos, em Tibagi/PR, já conta com uma festa completa: cerveja, carne e lenha para o churrasco, tudo produzido na mesma área. Embora dê para brincar com o assunto, o fato é: o produtor Ivo Carlos Arnt Filho apostou na integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e, em dezembro de 2023, realizou a primeira colheita de cevada na área, que foi plantada intercalada ao plantio de eucalipto. Logo após esta colheita, a área recebeu soja e, agora, vai dar espaço a um pasto de outono, onde serão colocados bezerros para desenvolvimento e engorda. O produtor trabalha com gado angus de elite e dedica bastante atenção à qualidade da produção pecuária.

 

A cevada foi plantada em duas áreas: uma em monocultivo e outra em integração com eucalipto. As áreas eram uma ao lado da outra, com as mesmas condições de solo, fertilidade e manejo. Ivo conta que, em agosto de 2023, houve uma onda de calor muito forte na região, fora do comum para a época. Isso desencadeou uma grande quebra na produção. No entanto, as perdas foram diferentes em cada área: enquanto no plantio puro de cevada a perda foi total para a produção de cerveja, na área com integração com floresta os grãos de cevada apresentaram classificação para esta finalidade. “Nós sentimos que existe a grande possibilidade de que, no decorrer do tempo, com a presença das árvores, houve um conforto térmico que amenizou o calor para os grãos”, avalia o produtor.

 

Mesmo com as perdas, foi possível colher 2.000 kg/hectare de cevada na área com eucalipto, com o grão viável para produzir cerveja. Já na área de plantio puro, foram colhidos 1.400 kg/hectare, e o grão serviu somente para ração. Segundo o pesquisador Vanderley Porfírio-da-Silva, da Embrapa Florestas, que coordena a pesquisa, essa situação será estudada, mas é possível que as árvores tenham modificado as condições microclimáticas ao exercerem um efeito de quebra-ventos e sombreamento, colaborando para que o impacto do calor fosse minimizado.

 

 

“Se tivermos El Niño este ano, por exemplo, tudo indica que as árvores vão proteger o plantio”, afirma o pesquisador, que alerta ainda para o fato da fazenda estar situada em região subtropical, com ocorrência de geada, o que torna a adesão à ILPF ainda mais emblemática. “Além disso”, completa o pesquisador, “trabalhar a produtividade com manejo de solo adequado e adoção de tecnologias é fundamental. A ciclagem de nutrientes proporcionada pela presença de árvores por meio da ILPF também é parte do diferencial da tecnologia”.

Desenho do sistema e manejo florestal

 

 

Há cerca de dois anos, a propriedade começou a fazer parte de um trabalho de pesquisa da Embrapa Florestas com a Klabin, dentro do projeto “Modelo silvipastoril para celulose e ‘carne baixo carbono’”, vinculado ao programa de fomento “Plante com a Klabin”. A partir da necessidade de recuperar pastagens degradadas, o produtor aceitou a parceria com o projeto, que está estudando a ILPF com o manejo diferente do que é conhecido até então: enquanto praticamente 100% dos produtores que aderiram à tecnologia manejam o componente florestal para produção de toras, o projeto estuda o manejo florestal para produção de biomassa para atender indústrias como papel e celulose, que é o caso da Klabin.

 

Porfírio-da-Silva explica que o manejo para toras geralmente pressupõe um desenho do sistema com uma a três linhas de árvores e o produtor realiza práticas silviculturais como desrama, também conhecida como poda, e desbastes, que é a retirada de árvores finas e/ou defeituosas, para favorecer o crescimento das árvores remanescentes e obter toras de maiores diâmetros para serraria. “Já no manejo para biomassa, a quantidade de árvores é maior, não são realizadas desramas e desbastes, pois o objetivo é obter maior volume de biomassa de troncos por área”, esclarece.

 

Esse é um ponto importante da pesquisa, que o produtor já entendeu: “Nós temos que ver cientificamente a questão do equilíbrio da celulose, hemicelulose, lignina, para poder atender o principal objetivo do nosso cultivo de eucalipto, que é a produção de papel”. Para isso, é importante definir, dentro do desenho do sistema, também a época ideal de corte, quando as árvores estão mais aptas a fornecer os componentes químicos necessários para a indústria. “Já percebemos que isso coincide com o tempo de vida útil das pastagens aqui da região. Ou seja, o corte de árvores e seu replantio, o período de formação da nova pastagem e a entrada do gado são coincidentes, e uma pastagem nova, aerada, tem maior volume de produção e valor nutritivo”, avalia Ivo.

 

 

Ivo Carlos Arnt Filho

 

”Esse modelo de  planejamento dentro de uma área de pecuária proporciona uma lotação maior de animais com melhor qualidade de pastagem”, explica. E, a cada seis anos, o produtor terá também o retorno financeiro com a venda de madeira.

 

No caso da Fazenda Pousada os Gaúchos, já existia o cultivo agrícola e a produção agropecuária. As árvores foram introduzidas depois e isso requer planejamento não só de plantios, cultivos, entrada do gado, entre outros, mas também uma logística que beneficie todas as operações. “A introdução de floresta nesse sistema é para gerar benefícios, e não complicar o sistema”, pondera o pesquisador.

 

Por conta disso, o planejamento é fundamental para definir distância entre renques, espécies a serem plantadas, níveis de sombreamento, tipos de equipamentos que serão utilizados. Mesmo com tantas variáveis, Ivo já vislumbra que o sistema é válido e, além dos 130 hectares destinados à pesquisa, já planeja implantar mais 70 hectares em sua área de produção.

 

“Hoje, nós já estamos vendo os resultados: economicidade, receita, melhoria de pastagem nesse sistema, e também uma melhoria da imagem da pecuária”, celebra. E se recomenda a outros produtores? “Planeje a propriedade, desenhe, planeje os talhões, implante aos poucos. É uma tecnologia nova, mas com grande potencial de agregação de valor à propriedade!”, finaliza.

 

De olho na certificação

 

A Fazenda Pousada dos Gaúchos tem diversas certificações e trabalha com agricultura regenerativa. Desfazendo o mito de que grandes propriedades não podem trabalhar com estes conceitos, a fazenda tem certificação do Instituto Pro-Terra e busca, agora, a certificação de Carne Carbono Neutro, além de estar participando das pesquisas da criação de protocolo da certificação de “carne de baixo carbono”. “Não podemos nos acomodar. O produtor empreendedor e que quer a sustentabilidade está sempre em busca e só tem a ganhar”, orienta Ivo.

 

 

 

 

 

 

Projeto “Modelo silvipastoril para celulose e ‘carne baixo carbono’” 

 

Os sistemas tradicionais de produção, tanto da floresta plantada para a produção de madeira para celulose, quanto o da bovinocultura de corte, se caracterizam pelo monocultivo. Há, atualmente, uma crescente pressão para que tais sistemas modifiquem sua forma atual de produção, na busca de atender aos objetivos de sustentabilidade dos negócios vinculados com a produção de celulose e de carne bovina no Brasil.

 

Esse projeto visa estabelecer as diretrizes para um sistema de produção (integração pecuária-floresta) que integre a produção de madeira para celulose e a produção de carne bovina na mesma área e ao mesmo tempo. Os sistemas de integração pecuária-floresta (sistemas silvipastoris) podem ser usados para mitigar ou neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo gado. Espera-se proporcionar base científica para que os produtores rurais possam atender ao mercado da ‘carne baixo carbono’ ao mesmo tempo em que comercializam os plantios florestais para a indústria de celulose e papel, obtendo assim uma renda diferenciada nas áreas atualmente destinadas somente para pastagens.

 

Embrapa Florestas

Primeiro leilão da Expogrande 2024 fatura mais de R$ 1 milhão, segundo a Acrissul

 

O 4º Leilão Patrimônio Genético, promovida pela Nelore Sete Estrelas, faturou R$ 1.099.200,00 com a venda de 40 reprodutores nelore P.O, registrando a média de R$ 30.533,00 por animal. evento, que ocorreu no sábado,  foi organizado pela Central Leilões e pela Leiloboi Leilões Rurais. A transmissão ficou por conta do Canal do Boi.

 

O lote 7 foi o mais valorizado da tarde, alcançando o preço de R$ 90 mil durante o leilão, depois de acirrada disputa entre os compradores. O animal é um touro nelore P.O de 30 meses.

 

Para Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato de Mato Grosso do Sul), entidade que promove a Expogrande, o resultado deste sábado é o prenúncio do sucesso que serão os negócios durante a feira agropecuária. “A Expogrande é uma referência de preços no País para o mercado de matrizes, reprodutores e também de animais de reposição”, compara o ruralista.

 

O próximo leilão da Expogrande acontece no dia 4 de abril, na abertura oficial da feira, com a oferta de 1.800 animais de cria, recria e engorda durante o Leilão de Corte Acrissul, também organizado pela Leiloboi Leilões Rurais, que neste ano completa 39 anos de existência.

 

Leia mais em: https://www.acrissul.com.br/noticias/primeiro-leilao-da-expogrande-2024-fatura-mais-de-r-1-milhao/25362/