Crise EUA x Irã deve ser acompanhada com cautela

Os possíveis impactos da crise entre Irã e Estados Unidos nas exportações brasileiras devem ser acompanhados com cautela. “Está muito cedo ainda, é um momento tenso para o mundo todo, mas isso ainda não nos afetou”, afirmou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. O Brasil é o maior exportador de milho para o Irã: as vendas somam cerca de US$ 1 bilhão, correspondente à metade da balança comercial entre os dois países.

 

A ministra reconhece que há uma apreensão, em virtude do cenário internacional, entre os agricultores brasileiros, que exportam ainda soja e farelo, carne bovina, açúcar, entre os principais produtos.  “Nós não podemos misturar mercado e agricultura com a parte de defesa nacional”, disse Tereza Cristina, que esteve ontem (09) em Patos de Minas, cidade mineira grande produtora de milho, para participar da inauguração da Estrada da Serrinha, que recebeu cerca de R$ 6 milhões de recursos repassados pelo ministério.

 

“Por enquanto nós não temos ainda nenhum motivo para dizer que houve algum tipo de retaliação”, ponderou. Ela disse ainda esperar que o bom senso impere entre EUA e Irã e que os dois países se entendam, garantindo a paz mundial. “Os países árabes, não só o Irã,  precisam de segurança alimentar e o Brasil é um dos países que podem dar essa segurança”, destacou. “O Brasil é um grande celeiro, a gente espera que isso se acomode o mais rápido possível e que a agricultura brasileira possa continuar a produzir e a contribuir para o abastecimento interno e mundial”, disse.

 

Tereza Cristina lembrou ainda que o Irã é sim grande importador de milho e de soja, mas o Brasil continua a abrir outros mercados. “Nós não podemos colocar todos nossos ovos numa só cesta”, comparou. “Esperamos poder continuar exportando para o Irã, para Arábia Saudita, para os Emirados Árabes, para o Kuwait, e para novos mercados na Ásia, além da China, com grande população e altas taxas de crescimento”, enumerou. “São países que têm um potencial de importação porque precisam de alimentos. O que o Ministério da Agricultura faz é esse equilíbrio: abrir novos mercados, não colocando todos os ovos numa cesta só”, enfatizou.

 

Fonte: MAPA

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