Expoagro derruba mitos e realiza palestra sobre criação de abelhas próximo à lavoura de soja

Sempre preocupado em debater temas atuais de interesse dos produtores rurais, o Sindicato Rural de Dourados promoveu na quarta-feira (15) em parceria com a Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja do MS) a palestra “Abelhas e Soja: Mitos e Verdades”. O tema foi debatido pelo pesquisador da Embrapa Soja, Décio Luiz Gazzoni, que explicou aos participantes como esta combinação entre criação e lavoura pode funcionar em harmonia. Promovida pelo Sindicato Rural de Dourados, a 55ª Expoagro foi encerrada ontem (19) no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho.

 

 

O presidente do Sindicato Rural, Lúcio Damália, ressaltou durante o evento que, apesar de a soja ser uma planta que não precisa da colaboração das abelhas para ter polinização, o inseto pode ser um aliado do produtor.  “A abelha pode ser benéfica e pode aumentar em até 5% a produtividade da soja, segundo estudos”, ressaltou. Muitas pesquisas na área desenvolvidas no Brasil e no exterior têm mostrado que as lavouras de soja que recebem essa interferência das abelhas têm resultados superiores a áreas que não convivem com a criação dos insetos polinizadores.

 

Luis Renato Peixoto Cavalheiro é engenheiro agrônomo, produz soja e cria abelhas. Ele conta que sempre gostou das duas atividades e se surpreendeu com os resultados positivos – tanto na soja como também na apicultura. Em algumas caixas da criação, o apicultor conta que já conseguiu produzir mais de 50 quilos de mel, uma média considerada alta. “Se as abelhas conseguem fazer o trabalho de polinização na lavoura, você consegue produzir muito mais soja naquela faixa próximo à criação. Você vê um número maior de vagens, grãos bem formados com maior peso”, reforça o produtor.

 

O tema é polêmico e controverso, pois já foram registrados prejuízos nas duas pontas, porém o pesquisador Décio Gazzoni explica que as duas atividades podem coexistir sem que haja perdas para nenhuma das partes. Para tal resultado, segundo ele, é necessário o uso de tecnologia e a busca de informação – mas ele ressalta que é preciso também uma mudança de atitude. “As tecnologias estão desenvolvidas; agora, é fundamental que haja comunicação entre as partes e boas práticas agrícolas, tanto na apicultura quanto na agricultura. Novas tecnologias eventualmente podem ser incorporadas, mas com o que temos hoje é perfeitamente possível a convivência entre as partes”, enfatiza o pesquisador.

 

Durante a 55ª Expoagro, foram programadas mais de 80 palestras.

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