Pesquisador recebe prêmio de inovação tecnológica por inseticida à base de sisal

O pesquisador da Embrapa Algodão Everaldo Medeiros recebe no próximo dia 28 de novembro, às 19h, o prêmio de Inovação Tecnológica Professor Delby Fernandes de Medeiros pela patente “Composição inseticida de extrato de Agave híbrida para o combate ao mosquito Aedes aegypti em qualquer uma de suas fases de vida”, desenvolvida em conjunto com o Centro de Biotecnologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A patente foi obtida juntamente com a pesquisadora do Departamento de Biologia Celular e Molecular da UFPB, Fabíola Cruz, coordenadora da pesquisa que constatou a morte do inseto transmissor da dengue, zika e chikungunya a partir da aplicação de extrato de suco de sisal.

 

A solenidade de premiação acontecerá no auditório professor Milton Paiva, Campus I da UFPB, em João Pessoa. Nesta quinta edição do prêmio serão reconhecidas um total de 96 invenções, sendo 79 pedidos de patentes e 17 programas de computador. Idealizado pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica, o Prêmio Professor Delby Fernandes de Medeiros visa reconhecer os esforços de pesquisa tecnológica aplicada dos professores, estudantes e parceiros realizados no ano base anterior ao evento de premiação.

 

“Esse reconhecimento é a culminância de um esforço realizado para gerar uma solução de alta relevância para o país e por possibilitar a agregação de coprodutos de uma cadeia produtiva muito importante para o Semiárido brasileiro que é o sisal. Para a equipe envolvida, a premiação do trabalho nos dá mais motivação e segurança que esse é um caminho de base científica e tecnológica que se projeta com benefícios para toda a sociedade”, declara o pesquisador Everaldo Medeiros.

 

Sobre a pesquisa

 

O líquido extraído do sisal (Agave sisalana), planta cultivada em regiões semiáridas, é processado e transformado em uma formulação, mata rapidamente o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. A pesquisa teve início em 2012 durante o doutorado da Fabíola na UFPB, em parceria com a Embrapa Algodão. Incialmente o suco do sisal foi testado em carrapatos e lagartas. “Testamos em larvas e obtivemos um resultado promissor”, conta a pesquisadora.

 

Agora, na última fase da pesquisa, estão sendo investigadas as formas seguras de utilização da substância, com previsão de conclusão em dois anos. “A eficácia como inseticida já foi comprovada, tanto no uso direto quanto na produção de iscas”, confirma a pesquisadora.

 

Ao aplicar o extrato bruto do suco do sisal nas larvas do Aedes aegypti, Fabíola Cruz descobriu que o líquido é letal para as larvas do mosquito. “A princípio, pretendia estudar a ação larvicida, mas a pesquisa cresceu”.

 

Quando aplicou o extrato do sisal em diferentes fases de vida do mosquito, obteve resultados também positivos. O líquido foi transformado em pó, para facilitar as pesquisas enquanto inseticida comercial.

 

As propriedades inseticidas do suco de sisal já eram conhecidas no meio científico, mas havia uma grande limitação prática: o produto precisava ser aplicado imediatamente após a coleta porque fermentava em poucas horas. “Um passo importante dessa pesquisa foi conseguir a estabilização do suco, evitando que ele entrasse em fermentação. Sem nenhum tratamento, o suco deteriora em poucas horas após a extração e nós conseguimos estabilizá-lo em uma formulação em pó e solúvel em água”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão, Everaldo Medeiros.

 

Fonte: Embrapa Algodão

Foto: Sérgio Cobel

 

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