Parceria CNA e Cepea): Projeto Campo Futuro apura custos de produção de arroz e café

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), realizou painéis de levantamento de custos de produção de arroz, em Uruguaiana (RS) e Tubarão (SC).

 

Também foram apuradas informações sobre o custo de produção de café em Capelinha (MG), juntamente com o Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

 

A iniciativa faz parte do Projeto Campo Futuro, que analisa as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores. Desde o ano passado, os painéis são realizados em formato virtual, em razão da pandemia, obedecendo a normas de segurança sanitária.

 

Participam dos encontros representantes das federações estaduais de agricultura e pecuária, sindicatos rurais dos municípios e produtores rurais. Os dados obtidos são preliminares.

 

Uruguaiana

 

Na segunda (14), foram analisados os custos do arroz produzido na safra 2020/2021. O município obteve uma excelente produtividade, em torno de 10.000 kg/hectare, apesar da seca e baixa disponibilidade de água antes do plantio.

 

Segundo o assessor técnico da CNA, Fábio Carneiro, os preços foram melhores na colheita (março/21), mas vem baixando significativamente para o produtor. O custo total do arroz da safra 20/21 subiu para próximo de R$ 60/saca, o que representa uma alta de mais de 10 sacas por hectare com relação à safra passada. Os fertilizantes e combustíveis tiveram as maiores variações.

 

“Os produtores estão preocupados com o aumento do custo para a safra que será plantada em agosto de 2021 e a atual queda nos preços do arroz. A alta dos custos, em especial de maquinários, fertilizantes e energia elétrica são os itens que mais pesam no orçamento da nova safra de arroz”, disse Carneiro.

 

Tubarão

 

Na região sul de Santa Catarina, também foi registrado aumento nos custos de produção da cultura. Conforme o painel realizado na quinta (17), o Custo Operacional Efetivo (COE) teve alta de 25% em relação à safra anterior.

 

Apesar disso, os preços e a boa produtividade ajudaram os produtores a obter uma margem positiva sobre o custo total, resultado que alavanca a economia do sul do estado de Santa Catarina.

 

“Foi um bom resultado. O produtor conseguiu pagar as contas e investir, mas já está preocupado com a próxima safra, pois os custos continuam subindo e o preço do arroz está caindo”, declarou.

 

Café

 

Os produtores mineiros relataram durante o encontro do projeto, na quarta (16), que a produtividade desta safra será prejudicada pela seca que atingiu o estado, principalmente durante a floração. Outro fator que deverá influenciar na queda é a bienalidade baixa da cultura.

 

Segundo o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues, a atratividade dos preços pagos pela saca de café no mercado físico tem limitado os negócios em mercado futuro, o que traz insegurança aos produtores.

 

Em relação aos custos de produção, o destaque foi o impacto do gasto com fertilizantes, que representou 43% do COE com a saca de café. A mão de obra nas atividades de colheita e pós-colheita representou 28%.

 

“O desafio relatado para essa safra está justamente no maior gasto com fertilizantes, devido à alta nos preços, e esse impacto, que já é de praxe, da mão de obra na colheita e pós-colheita”, analisou Rodrigues.

 

Fonte: CNA

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