Produtividade do algodão do Estado ficou abaixo da esperada, porém com boa qualidade de fibras

O diretor-executivo da Ampasul, Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Algodão, Adão Hoffmann concedeu entrevista para o site Notícias Agrícolas, de São Paulo quando fez um balanço da safra 2019/2020 e falou das expectativas para a próxima.

 

Com o fim da safra já foi possível detectar que neste ano agrícola os cotonicultores de Mato Grosso do Sul não alcançaram a produtividade antes estimada fechando o ano com aproximadamente 296 @ em caroço por hectare, em 31.640 hectares, em duas modalidades, verão e safrinha.

 

A região norte/nordeste do Estado, justamente a que produz mais de 90% de toda a área cultivada, sofreu com problemas climáticos, com veranicos em março e abril, o que contribuiu para puxar a produtividade para baixo em relação às duas safras passadas. “Tivemos um ponto positivo, que foi a qualidade do fio. Com o clima seco no período da colheita contribuiu para se manter a boa qualidade do algodão, sendo que mais de 85% do algodão produzido foi padrão tipo exportação, superando as expectativas.

 

Quando se iniciou a colheita, em meados de junho, 50% da safra já estava comercializada e hoje já se alcançou mais de 80%. “Houve grande preocupação em relação ao mercado, no início da colheita devido à pandemia. O consumo do algodão caiu e os preços ficaram muito ruins, mas os grandes compradores, principalmente da Ásia contribuíram no consumo e na retomada de preços melhores. Na área comercial os contratos foram cumpridos sem maiores problemas, ao contrário como se temia anteriormente, felizmente”, lembrou Adão.

 

Sobre as expectativas para a nova safra, 2020/2021, Adão destacou a importância do cumprimento do Vazio Sanitário, que a Ampasul monitora 100% da área em Mato Grosso do Sul.

 

Um pré-levantamento realizado mostra que para o próximo ano deverá haver redução de até 20% área, de algodão no Estado. A diminuição se deve aos preços da soja e do milho que estão muito atrativos. Como os produtores de algodão cultivam também os grãos, deverão reduzir o plantio do fio natural.

 

Caso o clima colabore e venha a chover neste final de setembro e o produtor conseguir plantar a soja, pode haver interesse em cultivar o algodão em janeiro na modalidade safrinha, colaborando assim para maior área plantada em relação à previsão atual. O cenário para a modalidade verá já está definido.

 

Como a retomada do mercado, após o início da pandemia já ocorreu e com a diminuição da área em 2020/2021, para a safras seguintes, 2021/2022 em diante pode haver um aquecimento do mercado e o interesse do produtor em aumentar o cultivo do algodão.

 

“O otimismo do produtor já é percebido. A safra 2020/2021 que ainda vai ser plantada já está com 50% comercializada. Sinal que o mercado está aquecido e comprando” Concluiu Adão Hoffman na entrevista para site Notícias Agrícolas.

 

Fonte: Ampasul

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