Apicultura está presente nos atendimentos da Agraer em metade dos municípios de MS

 

Ao unir a geração de renda e benefícios ao meio ambiente, a apicultura se destaca entre as atividades praticadas na agricultura familiar. Em Mato Grosso do Sul existem 1,1 mil produtores do ramo cadastrados junto à Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). Desse total, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) assessora 259.

 

Conforme levantamento realizado pela GDA (Gerência de Desenvolvimento Agrário) junto aos escritórios locais, o atendimento para esse tipo de atividade se faz presente na rotina dos extensionistas em praticamente metade dos municípios, 40 ao todo.

 

“A apicultura, em Mato Grosso do Sul, tem papel econômico bastante relevante na renda dos produtores rurais, além do incremento produtivo significativo devido à polinização realizada pelas abelhas”, explica a zootecnista Jovelina Maria de Oliveira, chefe do setor de abelhas da Agraer.

 

Sidrolândia é o escritório que mais atende apicultores em Mato Grosso do Sul, somando 30 pequenos produtores. Juntos, Aquidauana e Anastácio atendem 32; Ribas do Rio Pardo, 20 e Corumbá 15.

 

As unidades de Corumbá, Aquidauana, Angélica, Antônio João, Bataguassu, Coxim, Eldorado, Fátima do Sul, Japorã, Guia Lopes da Laguna, Mundo Novo, Naviraí, Ponta Porã e Selvíria, além dos atendimentos e assistência técnica, também assessoraram a montagem e regularização de entrepostos e casas do mel.

 

De acordo com as coordenações locais, a produção anual chega a 33,5 mil quilos, como é o caso dos apicultores de Guia Lopes da Laguna.

 

No cenário geral, Mato Grosso do Sul ocupava a 11ª posição na produção de mel no levantamento mais recente, feito em 2011. Segundo informações da Coordenadoria de Pecuária da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o Estado ocupa a 13ª entre as demais unidades federativas no tocante à receita gerada pela apicultura: R$ 11,6 milhões ao ano.

 

Considerando pequenos, médios e grandes produtores, O município de Três Lagoas foi o que mais produziu mel no estado, seguido de Brasilândia e Angélica, onde produziram 121.520 quilos, 103.223 quilos e 54.940 quilos, respectivamente. Os municípios de Bandeirantes, Jaraguari e Selvíria, foram os que apresentaram os maiores crescimentos na produção de mel do estado nos últimos 10 anos.

 

“Existe espaço para o crescimento da apicultura na agricultura familiar em Mato Grosso do Sul devido à biodiversidade existente nos biomas do Estado, principalmente em áreas onde existam reservas legais conservadas”, diz Jovelina.

 

Contudo, a regularização ainda é um dos maiores desafios a serem enfrentados no setor. “O mel é um produto de origem animal, portanto requer inspeção municipal, estadual ou federal para a venda ao consumidor. Nesse processo é necessário investimento financeiro, que nem sempre o produtor rural possui. O setor apícola necessita de investimento governamental para que o Estado tenha crescimento substancial para a cadeia apícola”, conclui Jovelina.

 

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