Agricultores familiares mostram à Agraer a rotina de trabalho

ZeroUmInforma/Agronegócios – Conhecer as boas práticas dos assentamentos e ouvir as demandas dos agricultores familiares da região pantaneira. Foi com este propósito que o diretor-presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felini, realizou a visita em três comunidades agrícolas: Paiolzinho, Tamarineiro II Sul e assentamento 72.

A observação de campo contemplou cinco sítios, além de duas reuniões junto aos pequenos produtores. A primeira realizada no assentamento Paiolzinho (Corumbá) e a outra no assentamento 72 (Ladário). “Há bons produtores em ambos os municípios. Percorrer as hortas, ver de perto a qualidade dos produtos, ouvir sobre a rotina de trabalho e demandas dos agricultores familiares, tudo influi para uma futura análise com a equipe regional de Anastácio em benefício das ações em Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural]”, afirmou Enelvo Felini.

Para o produtor Antônio do Amaral, do assentamento Paiolzinho, a visita demonstra a consideração do poder público com setor que é responsável por cerca de 70% de todo o alimento que chega a mesa da população urbana. “Com a força do meu trabalho, da minha esposa e filho, hoje, somos uns dos maiores produtores de frutas e hortaliças na feira de Corumbá. Nasci no campo e trabalho com a terra desde os sete anos de idade”, disse o produtor.

Todo domingo, a família Amaral percorrem 25 quilômetros até chegar à área urbana de Corumbá. “A gente chega a comercializar até 100 maços de hortaliças. Os produtos são agroecológicos. Tudo que a gente vende é o tipo de alimento que a gente usa no sítio”, garantiu Antônio.

Outro que também é um caso de sucesso na agricultura familiar corumbaense é o agricultor Ivo Pereira que cultiva alimentos como tomate, mandioca e pimenta. Atualmente, com o trabalho dentro e fora da feira, uma clientela cativa pela cidade, o produtor conquistou uma renda de R$ 2.500,00. “Ainda não é o essencial, mas já é um começo e oferece uma segurança para a família. A gente quer melhorar a qualidade de vida da família e investir no sítio”, disse o produtor.

No tempo em que esteve em Corumbá, Felini conheceu também a chácara do agricultor Paulo Roberto Vidal, na qual é cultivada frutas (ponkan, limão taiti, laranja pera, banana da terra e maça e maracujá) e raízes como a mandioca. Já no assentamento Tamarineiro II, os agricultores Francisco Expedito da Silva e Luzia Maria de Jesus apresentaram os canteiros de hortas e os pomares.

“A maior importância da visita está em mostrar as produções dos agricultores cooperados. Eles têm uma demanda por uma patrulha mecanizada. A solicitação já foi feita ao diretor-presidente da Agraer e, agora, com a visita eu acredito que em uma próxima leva de maquinário será possível atendê-los”, disse a coordenadora regional da Agraer de Anastácio, Vera Lúcia Golze que ainda frisou uma postura louvável da comunidade, “Como o foco deles no momento é o cultivo de hortaliças não está tendo produção de leite. Então, os produtores se dispuseram a entregar os três resfriadores que estão sem uso. Iremos repassar os equipamentos para outros municípios”.

Assentamento 72

Em Ladário, o dirigente da Agraer se reuniu com o coordenador da Agraer de Ladário,  Leandro Henrique Jung, e os pequenos produtores do assentamento 72 para tratar sobre a questão do aval cruzado,  PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) e utilização da patrulha mecanizada entregue pelo governo do Estado no mês passado.

“O aval cruzado foi um antigo financiamento em que um produtor precisou ser  avalista do outro. Alguns faleceram, outros estão inadimplentes e há os que não se encontram no assentamento mais”, explicou o coordenador Leandro.

A comercialização de alimentos para a Marinha do Brasil também foi um ponto avaliado. “No meio do ano haverá um edital no PAA e queremos participar. Há trâmites do edital passado que precisam ser analisados também. A questão de abastecimento de água é outro apontamento que foi amplamente conversado na reunião”, informou Leandro.

Um relatório está sendo preparado e em breve será entregue ao dirigente Enelvo Felini. A medida visa munir a direção da Agraer com informações para buscar soluções para os assuntos vinculados ao assentamento 72.

 

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