Chaco: perda de diversidade genética alerta para medidas de preservação

Projeto realizado pela UFMS constatou a perda de diversidade genética de algumas espécies nativas do Chaco brasileiro, fato que ressalta a necessidade de conhecimento e preservação desta eco-região. Os estudos foram realizados em Porto Murtinho, município com maior extensão de Chaco no país.

 

Intitulado “Angiospermas do Chaco Brasileiro: sistemática, diversidade, fenologia e adaptações”, o projeto multidisciplinar agregou estudos sobre aspectos da flora, de genética de populações, de interações entre plantas e visitantes florais, e pesquisas em citogenética, etnobotânica e ecofisiologia.

 

Centenas de espécies de plantas foram registradas em decorrência dos resultados dos trabalhos realizados, com novidades de ocorrência para o Brasil e para o Mato Grosso do Sul. “Além da riqueza de espécies botânicas, constatamos que existe a necessidade de se preservar as áreas de Chaco no Brasil, pois os estudos realizados indicam perdas de diversidade genética de determinadas espécies”, afirma a pesquisadora Ângela Sartori.

 

Chaco florestado

Para preservar o Chaco é preciso antes conhecê-lo. Ele está presente na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Brasil – onde muitas vezes as áreas de Chaco são confundidas com o Pantanal. A escassa informação sobre a eco-região prejudica a análise e interpretação de dados coletados em pesquisas.

 

Ângela explica que a divulgação sobre o Chaco brasileiro tem sido realizada em artigos científicos, palestras e entrevistas sobre o tema, mas que apenas essas ações não são suficientes. “A sensibilização dos proprietários de fazendas deve ser estimulada para que sejam preservados os poucos remanescentes de Chaco no Brasil. Também seria ideal a criação de uma Unidade de Conservação federal ou estadual, para agregar remanescentes de formações chaquenhas”.

 

O projeto “Angiospermas do Chaco Brasileiro: sistemática, diversidade, fenologia e adaptações” foi uma parceria da UFMS com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Fonte: UFMS

Texto: Leticia Bueno

Fotos: Paulo Robson Souza

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