Inimigo natural ataca Helicoverpa armigera e broca-da-cana

O parasitoide Tetrastichus howardi (Hymenoptera: Eulophidae) já foi registrado em países como a Austrália, China, Paquistão e África do Sul (Foto: Divulgação)
O parasitoide Tetrastichus howardi (Hymenoptera: Eulophidae) já foi registrado em países como a Austrália, China, Paquistão e África do Sul (Foto: Divulgação)

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Um novo inimigo natural encontrado em canaviais do Mato Grosso do Sul pode auxiliar no controle biológico da broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e da Helicoverpa armigera, duas lagartas que causam prejuízos consideráveis à agricultura.
O parasitoide Tetrastichus howardi (Hymenoptera: Eulophidae) já foi registrado em países como a Austrália, China, Paquistão e África do Sul, e mostrou resultados promissores tanto no controle na fase de pupa quanto na fase de lagarta.
As pesquisas que revelam o sucesso do uso do parasitoide no combate à broca-da-cana e Helicoverpa armigera foram recentemente apresentadas no 14º Simpósio de Controle Biológico, o Siconbiol, realizado em junho, em Teresópolis (RJ).
“Experimentos foram conduzidos visando a avaliar o parasitismo em pupas de H. armigera, e os resultados foram promissores, com o parasitoide T. howardi apresentando porcentagens de parasitismo e emergência de 100%, em condições de laboratório.
Também avançam os estudos em relação ao controle da fase larval, e os resultados iniciais são considerados satisfatórios”, diz Juliana Simonato, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), responsável pela realização desse estudo.
O pesquisador Harley Nonato de Oliveira, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), salienta que a utilização de eulofídeos para controle da broca-da-cana ainda está em fase de estudo. “As pesquisas iniciais têm apresentado resultados promissores, mas precisamos conhecer melhor o comportamento desses parasitoides e avançar nos estudos para que, no futuro, eles possam ser inseridos nos programas de controle biológico de forma que incrementem os resultados de controle da praga-alvo”, explica ele.
Oliveira conta que foi possível evidenciar quais seriam os defensivos agrícolas mais seletivos para esse eulofídeo. Esse tipo de trabalho é importante, pois permite verificar quais seriam os produtos que não afetam os inimigos naturais da broca ou que provocam menor impacto sobre eles.
O estudo também permite apontar possibilidades de manejo de liberações de inimigos naturais nas áreas a serem tratadas em função da necessidade de utilização de diferentes produtos químicos.
A pesquisa de multiplicação em escala comercial está sendo conduzida pelo professor da UFGD Fabricio Fagundes Pereira. “Estamos estudando a densidade mais adequada de fêmeas por hospedeiro [inseto utilizado para criação do inimigo natural], período de parasitismo ideal em razão dessa densidade de fêmeas dos parasitoides, idade apropriada das fêmeas parasitoides e das pupas hospedeiras; períodos de armazenamento dos hospedeiros natural e alternativo e de parasitoides adultos em baixa temperatura para posteriores liberações no campo, custo de produção, entre outros”, enumera Pereira.
Fonte: Embrapa

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