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O centro de pesquisa da Embrapa analisa o uso de microalgas no tratamento de dejetos suínos desde meados dos anos 1990. A observação das microalgas que naturalmente surgem nas lagoas instaladas na sequência de biodigestores existentes em propriedades rurais no Oeste de Santa Catarina fez com que os pesquisadores da Embrapa optassem por um caminho em especial.
Como as microalgas se alimentam justamente dos nutrientes presentes nos dejetos, elas têm a capacidade de tornar mais eficientes os sistemas de tratamento instalados no campo. Mas esse não é o principal ganho. De acordo com o pesquisador, o que deve revolucionar a forma como os dejetos suínos são vistos é o uso posterior da biomassa de microalgas, gerada a partir dos resíduos da produção. Biomassa é todo recurso originado de matéria orgânica capaz de produzir energia.
Outro esforço da Embrapa volta-se para a formação de um banco de germoplasma com as espécies de microalgas existentes no Brasil. A Embrapa Agroenergia e a Embrapa Suínos e Aves atuam em conjunto nesse objetivo, liderado pelo pesquisador Bruno Brasil.
Sem o ajuste voltado ao biodiesel, as microalgas alimentadas com efluentes da produção de suínos, ricas em carboidrato e proteína, podem ser destinadas à produção de ração animal. Além de fornecer alimento para peixes, elas têm potencial para substituir parcialmente o milho e a soja nas rações de aves e suínos.