Milho safrinha pode ter quebra de 15,5%; a estimativa se deve ao alto risco de plantio

Acrissul – Alerta aos pecuaristas: a previsão é que o milho, o principal grão da alimentação de bovinos em confinamento, pode ficar ainda mais caro. O cenário é estimado pela consultoria Agroconsult, que revisou suas estimativas do milho safrinha que começa a ser colhido nas próximas semanas.

 

A consultoria, agora, prevê uma colheita de 66,2 milhões de toneladas ao invés dos 78,3 milhões de toneladas, divulgado no início de abril.

 

A queda é de 15,5% ante o dado de abril, e, em comparação com a safra 2019/2020, a queda da safrinha é de 13,7%. Considerando a safra verão, o ciclo 2020/2021 do grão, pode atingir 91,1 milhões de toneladas.

 

Segundo o engenheiro agrônomo André Debastiani, sócio e analista de grãos da Agroconsult e coordenador do Rally da Safra, a quebra se deve ao alto risco de plantio em todas as regiões produtoras já observado em abril.

 

“As condições pioraram muito de lá para cá. Mesmo se os produtores tivessem seguido o calendário ideal, ainda sim, haveria alguma queda pois o ano está muito atípico, com menos chuvas”, diz Debastiani.

 

Mapa dos prejuízos

 

Os maiores prejuízos estão concentrados no Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde choveu menos. No Paraná, a produtividade pode chegar a 60 sacas por hectare, 29% abaixo de 2019/20. Já em Mato Grosso do Sul, a produtividade está estimada em 62 sacas por hectare, 26% inferior à safra passada.

 

Em Goiás, a expectativa é de que as áreas plantadas em janeiro e fevereiro colham de 90 a 100 sacos por hectare (abaixo da média de 150 na safra passada). As tardias poderão chegar a 50 ou 60 sacos por hectare – ou até deixarem de ser colhidas.

 

“As estimativas apontam para uma produtividade de 73,4 sacas por hectare, 19,6% inferior à da temporada 2019/20. É a menor produtividade média dos últimos anos, maior apenas do que a da safra 2015/16, também marcada por uma forte quebra”, afirma André Debastiani, coordenador da expedição.

 

Mais milho no País

 

Um dos reflexos da queda de produção prevista no grão pode ser uma possível queda nas exportações. A Agroconsult estima que para os embarques em 2021, que já foi de 35 milhões de toneladas, pode ser revisado e fechar o ano em 26 milhões de toneladas. A perspectiva é de que o ano termine com os estoques em níveis muito baixos.

 

Céu nublado?

 

Apesar do cenário pessimista observado pela consultoria, outros órgãos ainda não preveem uma queda tão bruta da produção da segunda safra de milho. As estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas no início de maio, é de uma safra 79,8 milhões de toneladas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que também mede a safra de grão, 76,7 milhões de toneladas.

 

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FONTE: ACRISSUL

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